quarta-feira, 22 de maio de 2013

Um novo olhar sobre o câncer

Um dos mais renomados oncologistas do país, Paulo Hoff avisa: a doença deixou de ser uma sentença de morte
por Theo Ruprecht • design Laura Salaberry • foto Silvia Zamboni

Quando a palavra tumor vem à mente, não é incomum associá-la ao medo que os tratamentos contra esse mal despertavam. Não sem motivos. Há cerca de 20 anos, eles eram mais agressivos e sua taxa de sucesso, baixa. A situação atualmente é outra, mas o tabu persiste. É para dar cabo desse temor infundado que Paulo Marcelo Hoff, diretor-geral do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, luta todos os dias. Esse também é um dos objetivos do livro Como Superar o Câncer (Editora Abril), de autoria de Hoff, ao lado de um time de especialistas do hospital. Nesta conversa, o oncologista deixa claro que há cada vez mais saídas para a doença — e que conviver com ela não é mais um pesadelo interminável.

SAÚDE - O que mudou no combate ao câncer de alguns anos para cá?

PAULO HOFF - Felizmente, muita coisa. Décadas atrás, grande parte dos pacientes nem recebia a opção de se tratar. Eles eram mandados de volta para casa. De lá para cá, houve um aumento na expectativa de cura e um grande crescimento na sobrevida dos indivíduos com tumores não curáveis. Talvez um dos maiores avanços tenha sido o desenvolvimento de medicamentos que minimizam os efeitos colaterais. No início dos anos 1990, um paciente tratado com o quimioterápico platina tinha que ficar internado. Esperava-se que ele vomitasse de 20 a 30 vezes por dia e ficasse desidratado. Hoje a pessoa vem até o ambulatório, toma sua platina, um pouco de soro e aí vai embora. O que mudou? As medicações de apoio, que trouxeram um novo panorama e possibilitaram uma abordagem mais agressiva contra o câncer, proporcionando resultados melhores. Tudo isso modificou a percepção que se tem da doença.

O senhor fala do tabu com o câncer…

Eu não sei se na sua, mas na minha família não se falava essa palavra. Tenho uma tia que chamava o câncer de "a coisa" ou "aquela doença".

E o tabu com a palavra sobrevida?

É impossível determinar a expectativa de vida de uma pessoa com câncer, seja ele qual for. O problema é que um grande número de pacientes quer saber quanto vai viver. Então, o médico acaba sendo forçado a fazer estimativas com base em estudos que servem para ver o benefício de um tratamento específico na população em geral. E essa resposta pode não agradar. Mas duas décadas atrás a expectativa de sobrevida para parte dos tumores avançados era inferior a um ano. Hoje é frequente que ela esteja acima dos três — isso nos casos avançados. E lembrando que, do ponto de vista individual, alguns vão ficar vivos até dez anos depois.

É por essa razão que o câncer passou a ser considerado uma doença crônica?

Sim. Mesmo quando não há possibilidade de cura, o indivíduo tende a viver por um longo período. Sempre lembro aos meus pacientes quando eles têm dúvidas se viverão bem com um câncer que, em 1945, o presidente americano Franklin Roosevelt morreu por complicações de pressão alta, hoje algo impensável. Mas é raro conseguir curar a hipertensão. Uma vez diagnosticada com o problema, a pessoa vai se tratar pelo resto da vida. Mesmo assim, ela nem considera ter uma doença, de tão controlada que está. Não chegamos a esse nível com relação ao câncer, mas já avançamos muito. A vida hoje, para quem tem um tumor, é consideravelmente melhor do que antes.

O senhor está otimista com o futuro do combate à doença?

Há muitas novidades surgindo. Existem mais de 800 remédios em fase de pesquisa. Se uma fração deles for efetiva, o número de medicamentos disponíveis terá mais do que dobrado. Uma das coisas que mais esperamos é uma maior individualização do tratamento. O aumento da quantidade de informações e da compreensão sobre o câncer fez crescer o número de alvos das terapias, e isso deve levar a um benefício para os pacientes com as mais diversas particularidades.

As pessoas se confundem com tantas informações sobre o câncer?

Isso é muito comum, principalmente quando uma celebridade tem a doença. Todos querem saber por que o famoso pode se submeter a um procedimento e eles não. O que escapa é que as situações nunca são iguais. Existem centenas, ou talvez milhares, de opções terapêuticas, que dependem de outras centenas de possíveis apresentações do tumor. Por isso o livro Como Superar o Câncer é tão importante. Além de satisfazer a curiosidade, ele embasa o paciente, seus familiares e amigos para uma discussão mais compreensiva com o médico.

Fonte: http://saude.abril.com.br/edicoes/0341/medicina/novo-olhar-sobre-cancer-640601.shtml

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Vegetais ajudam a prevenir câncer

 Comida anticâncer 

Pesquisa mostra que os vegetais afastam a ameaça de vários tumores. Sem contar que, ao incrementar as porções de frutas e hortaliças no prato, sobra menos espaço para a gordura e ela tem tudo a ver com o surgimento da doença 

por Cida de Oliveira | foto Alex Silva

Não tire conclusões precipitadas: os alimentos destas páginas não são milagrosos. Mas a ciência da nutrição, que investiga sua ação anticancerígena, constata que eles de fato têm efeito preventivo. Vários levantamentos estatísticos apontam, e não é de hoje, que nas pessoas habituadas a devorar vegetais os casos de câncer são mais raros, garante o gastrenterologista Dan Linetzky Waitzberg, professor da Universidade de São Paulo. Mas, na hora do ver para crer, isso só era observado em tubos de ensaio, nos chamados testes in vitro. Só agora é que os pesquisadores passaram a enxergar o mecanismo antitumor de vários nutrientes dentro de organismos vivos no caso, cobaias. É um belo avanço.

Na Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, por exemplo, concluiu-se que o sulforafane, presente na família dos crucíferos couves, brócolis, repolhos , é capaz de brecar o avanço do câncer colorretal em animais de laboratório. Já em Taiwan, cientistas da Universidade Nacional Chung Hsing testaram o licopeno em animais, nos quais provocaram de propósito um câncer de fígado igual ao que acomete os seres humanos. O resultado? O pigmento que dá o tom vermelho ao tomate e a frutas como a goiaba simplesmente barrou a temida metástase, ou seja, impediu que as células malignas se espalhassem pelo corpo.

A essa altura, você deve estar se perguntando: por que certos nutrientes funcionam contra um tipo específico de tumor mas são praticamente inertes contra outros? Nem os cientistas têm respostas prontas, embora arrisquem algumas hipóteses. Uma delas é a facilidade de alguns tecidos para acumular determinadas substâncias, criando verdadeiras reservas. É o caso do licopeno, o tal pigmento vermelho dos vegetais. Os pesquisadores notam que ele tem uma afinidade especial com os tecidos da próstata e das mamas, ficando concentrado bem ali, enquanto passa depressa por outras partes do corpo talvez sem o tempo necessário para agir. O resveratrol da uva e do vinho, por sua vez, tende a ficar no plasma do sangue e nos tecidos do sistema urinário. Já compostos fenólicos, como o allium, que está na cebola, no alho e na cebolinha, fariam escala no estômago e no intestino, atuando em diferentes etapas do processo que leva ao câncer nesses órgãos. No entanto, não movem uma palha contra tumores em outras regiões.

Pode parecer confuso e é. Não tente decorar quanto deve comer disso ou daquilo, como se a travessa à mesa fosse um vidro de remédio. O grande mérito de tantas pesquisas é ensinar aos médicos, inclusive que um cardápio adequado (leia-se bem colorido também) pode prevenir 30% dos casos de câncer, incluídos aí tumores de boca, laringe, faringe, estômago e intestino, muito freqüentes na população brasileira. Já é um feito e tanto se a gente pensar que, não faz muito tempo assim, ninguém achava que havia um caminho seguro para prevenir essa doença muito menos desconfiava que ele estaria no prato. Hoje se tem clareza da importância de comer frutas, verduras, legumes e peixes, limitando ao mesmo tempo as porções de carnes vermelhas, sal e embutidos, resume Dan Linetzky Waitzberg. Segundo Sueli Couto, nutricionista do Instituto Nacional de Câncer, o Inca, sediado no Rio de Janeiro, a questão não é quantidade de vegetais, mas regularidade. Tem de comer sempre, declara. No mínimo, cinco porções diárias, preferindo sempre grãos integrais aos refinados.

Do mesmo modo que sobram evidências de que vitaminas, minerais, fibras e outras substâncias presentes em frutas e hortaliças podem barrar o avanço de tantos tipos de tumor, há provas suficientes para incriminar o álcool, os embutidos e as gorduras, especialmente as das carnes vermelhas. Estas ressalve-se têm também seu lado bom, fornecendo proteínas de excelente qualidade, ferro, zinco e vitaminas B12. Não se trata, portanto, de baní-las do menu. A recomendação é reduzir a ingestão para duas porções semanais, diz Sueli Couto, do Inca. Ela, no entanto, insiste: pior do que comer carne sempre, é não comer salada nunca.

Além de repletas de substâncias protetoras, as saladas tornam a refeição mais light. E, embora não haja consenso em torno do assunto, a gordura corporal vem sendo examinada com desconfiança. O peso extra, dizem cientistas como os que observaram isso em ratos, na Universidade do Texas, nos Estados Unidos contribui para reações inflamatórias dentro do organismo. Até há pouco tempo, essas reações só eram associadas a doenças cardiovasculares. Hoje se sabe que elas podem aumentar em 30% as chances de um câncer aparecer, afirma Alfredo Halpern. Portanto, a melhor dieta anticâncer é aquela leve, bem leve.

Vai um suplemento aí?
Diga não se você adota uma dieta balanceada. A menos, claro, que um médico ou um nutricionista recomende, avaliando bem os seus hábitos à mesa. Sem esse olhar, você corre o risco de engolir, em cápsulas, altas doses de um nutriente em detrimento de outros. E isso, por sua vez, pode acabar com o balanceamento das substâncias protetoras no organismo. Ou seja, você fica sem escudo contra o câncer.

Sinal verde
Ele se acende principalmente para alimentos cheios de fibras e substâncias antioxidantes

Câncer de mama
As fibras, abundantes na melancia, por exemplo, são poderosas contra esse tipo de tumor. Uma das explicações é que elas passam mais lentamente pelo aparelho digestório, o que aumenta a saciedade e, por tabela, diminui a vontade de cair de boca em açúcares e gorduras. O risco de quilos a mais, assim, despenca. O excesso de peso tem ligação estreita com o aparecimento da doença nas glândulas mamárias, sobretudo em mulheres que já passaram pela menopausa, afirma o endocrinologista Alfredo Halpern, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Entre outros motivos porque, quando há muita gordura, o corpo tem matéria-prima à vontade para fabricar hormônios que alimentam o tumor. Bem, se as frutas da dieta têm muitas fibras e ainda por cima são vermelhas como a melancia do nosso exemplo , tanto melhor. O consumo regular de licopeno, o pigmento vegetal dessa cor, anda cada vez mais associado à baixa incidência desse câncer.

Também são fortes os sinais de que os polifenóis estão ligados à proteção das mamas. Daí a recomendação dos cientistas de que as mulheres consumam toda semana suas fontes uvas vermelhas, amora, morango, cereja, vinho tinto... Quanto às isoflavonas, célebres componentes da soja, elas também atuam pra valer contra esse tumor. Na última década, diversos estudos, feitos sobretudo com populações orientais, confirmaram o elo entre o alto consumo do grão e a baixa incidência de câncer de mama e atenção de próstata também!

Câncer de próstata
A abóbora, lado a lado com a cenoura, é famosa pela concentração de betacaroteno. Afirmar que essa substância protege contra os tão (mal)falados radicais livres não é chover no molhado. Ela ajuda mesmo a restaurar o DNA de células danificadas por agentes químicos, físicos ou biológicos. Quando o dano no material genético de nossas células acontece, abre-se o caminho para a reprodução desenfreada de exemplares defeituosos eis o câncer. É possível que o betacaroteno aja positivamente contra muitos tipos de tumor, mas um trabalho recente da respeitadíssima Universidade de São Paulo avalizou suas benesses especificamente para a glândula masculina. Outros estudos apontam que o tomate, o feijão, a lentilha, a ervilha, as uvas vermelhas, as amoras e a soja também reforçam as defesas dos homens contra esse câncer mas, aí, tudo o que a ciência conhece é a relação entre o hábito de comê-los e o aparecimento mais raro dessa doença, sem entender direito qual seria a relação direta.

Câncer colorretal
Cientistas da Universidade de Nova Jersey, nos Estados Unidos, provaram que é possível reduzir um câncer colorretal já existente consumindo verduras crucíferas, como a couve-manteiga e sua prima couve-flor. Fazem ainda parte da família o repolho e os brócolis. Os pesquisadores viram essa redução com os próprios olhos ao menos em ratos. E atribuem o efeito a um componente desses vegetais chamado sulforafane. Outra pesquisa com 520 mil europeus apontou uma queda de 40% no risco dessa doença entre aqueles que não deixavam faltar no prato, uma vez ao dia, pelo menos uma dessas crucíferas, relata Benedito Mauro Rossi, oncologista do Hospital do Câncer, em São Paulo. O efeito do sulforafane, aliás, parece potencializado à medida que aumentam os teores de fibras no cardápio, quando comemos outras folhas, como rúcula ou espinafre, e desfrutamos, por exemplo, de uma laranja como sobremesa.

Bebida Alcoólica
Diversos estudos associam álcool ao câncer de boca, esôfago, fígado, reto e, muito possivelmente, ao de mama também. As evidências tornaram-se mais fortes dos anos 1990 para cá. O Instituto Nacional para a Pesquisa do Câncer, nos Estados Unidos, recomenda que os homens ingiram, no máximo, dois drinques por dia. Já as mulheres, apenas um. Os cientistas ainda estão pesquisando como o álcool causa a doença. No caso do aparelho digestivo, fica mais claro: a agressão é por meio do contato direto com as mucosas. De um jeito ou de outro, o excesso de bebida alcoólica danifica o DNA, aumentando as chances de surgirem células malignas.

Sal em excesso
Ele já carrega má fama porque faz o organismo reter mais água do que deveria, contribuindo, assim, para o aumento da pressão arterial. Só que, ainda por cima, irrita a mucosa do aparelho digestivo de tal maneira que provoca lesões capazes de evoluir para um câncer, avisa Sueli Couto. Segundo ela, só afastar o saleiro da mesa não basta. Lembre-se de que a maior concentração do sal está nos alimentos industrializados. Então, evite ao máximo molhos, condimentos, macarrões instantâneos e comida pronta em geral. Prefira, de longe, as preparações caseiras.

Fuja dos embutidos
Salsicha, salame, presunto e mortadela outras armadilhas armadas no prato são, de longe, os maiores vilões. Não bastasse serem produzidos com carnes vermelhas geralmente muito gordas, ainda levam na fórmula aditivos químicos chamados nitratos, que, no estômago, podem se transformar em nitritos. Estes, por sua vez, se convertem em nitrosaminas, verdadeiros agentes cancerígenos, perigosos sobretudo para o estômago e o esôfago. E atenção: até as carnes brancas perdem suas vantagens nutricionais quando transformadas em embutido. Como recebem os tais nitritos e são defumadas, também se tornam nocivas, alerta Benedito Mauro Rossi, oncologista do Hospital do Câncer, em São Paulo.

Fonte:
http://saude.abril.com.br/edicoes/0298/nutricao/conteudo_278760.shtml

quarta-feira, 8 de maio de 2013

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